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Porto Alegre tenta se reeguer após enchente


MARCELO G. RIBEIRO
Brinquedos animaram o Dia das Crianças alojadas no Tesourinha
Brinquedos animaram o Dia das Crianças alojadas no Tesourinha
Isabella Sander
Depois da chuva, a terça-feira ensolarada chegou com espírito de recuperação. O Ginásio Tesourinha tem servido, desde o fim de semana, como abrigo para famílias da região do arquipélago que precisaram sair de suas moradias em virtude da maior enchente dos últimos 70 anos. Além do Tesourinha, as famílias estão alojadas em igrejas na região das ilhas, no Centro Administrativo Regional (CAR Ilhas), no Centro Pop, no abrigo Marlene e no Albergue Municipal. Há, ainda, os que não quiseram abandonar suas casas, por medo de saques.
O Tesourinha também está recebendo as doações de alimentos, roupas e produtos de higiene. A situação das pelo menos 500 pessoas afetadas diretamente pelas chuvas sensibilizou os porto-alegrenses que moram no continente. Entre domingo e a manhã de ontem, cinco toneladas de donativos já tinham sido recolhidos pela prefeitura. A Defesa Civil assegura que há quantidade suficiente de roupas e alimentos, mas que ainda são necessários mais materiais de higiene pessoal e roupas de cama.
O prefeito José Fortunati visitou ontem o Tesourinha para verificar o trabalho das equipes no local e a maneira como estão sendo tratadas as 225 pessoas lá alojadas. "É impressionante a quantidade de doações. Estou muito satisfeito, sensibilizado com a solidariedade do povo de Porto Alegre. Em época de crise, com todos reclamando dos problemas financeiros nacionais, nos deixa muito felizes ver que, quando enfrentamos uma situação tão antagônica quanto esta, vitimando pessoas humildes, a população responde de forma tão forte", comenta.
A prefeitura mobilizou, para atendimento aos desabrigados, profissionais da Defesa Civil, da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), da Secretaria Municipal de Educação (Smed), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). Mais de 40 voluntários se uniram às equipes para auxiliar na força-tarefa de organização das doações e na preparação de refeições.
"Recebemos tantas doações que, agora, as nossas equipes estão trabalhando para fazer a separação adequada dos alimentos não perecíveis dos perecíveis, que já estão sendo consumidos no Tesourinha ou levados para os outros abrigos e para aqueles que ficaram nas ilhas", relata o prefeito.
Segundo o diretor-geral adjunto da Defesa Civil de Porto Alegre, Helio Oliveira, dois ônibus e oito caminhonetes lotadas de mantimentos, roupas, cobertores e colchões foram enviados à região das ilhas na segunda-feira para abastecer os moradores. "Há uma quantidade muito grande lá de pessoas em condições precárias, sem luz e sem água. Temos que ter um cuidado muito grande com isso", alerta. Ao longo do dia de ontem, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) manteve 2,6 mil pontos sem luz de forma preventiva em áreas alagadas, para evitar choques elétricos.
A Defesa Civil montou acampamentos com lonas próximo às casas ainda habitadas na região do arquipélago. "Muitos têm medo de saques e, por isso, não abandonam suas moradias. Temos como princípio que a pessoa só sai de casa se quiser, ninguém é obrigado. Então, se há alguém que não quer sair, precisamos prestar atendimento mesmo assim, através desse acampamento", observa Oliveira. Se o rio baixar, os desabrigados poderão voltar para casa em aproximadamente uma semana.
Mesmo em meio a tantos transtornos, o Dia das Crianças não foi esquecido pela prefeitura e muito menos pelas cerca de 50 crianças alojadas no Tesourinha. "Fizemos uma celebração muito legal, por vezes emocionante. Acho que conseguimos fazer com que as crianças não sentissem tanto o impacto de não estarem em casa nessa data. Através de doações, as crianças ganharam presentes, comeram doces, assistiram a apresentações de palhaços e peças de teatro", conta o diretor-geral adjunto da Defesa Civil. A terça-feira foi de novidades para os pequenos. Enquanto os pais saíram para trabalhar, os meninos e meninas brincavam, ao longo do ginásio, com bicicletas, bonecas e jogos de tabuleiro, ganhos de presente no dia anterior.
Em reunião realizada no final da tarde de ontem entre o prefeito e o secretariado municipal, foram definidas algumas medidas para minimizar os problemas gerados pelos alagamentos. De acordo com o titular da Defesa Civil, Nelcir Tessaro, o foco, a partir de hoje, será a Ilha da Pintada, que apresenta a maior população de todo o arquipélago, com cerca de seis mil pessoas. "Estaremos com 20 pessoas dentro da ilha mobilizadas para atender às necessidades. Cerca de 400 a 500 pessoas precisam sair das suas casas devido às condições que se encontram. Estaremos com barcos auxiliando elas", explica.
Segundo Tessaro, materiais de limpeza serão levados para a higienização das casas, possibilitando o retorno de algumas famílias. "Estamos atentos, pois a previsão para a próxima semana é de chuva intensa, e a mesma situação pode se repetir. Ficaremos mobilizados no local pelo tempo que for necessário. Já deixamos organizado um colégio no bairro Humaitá, com capacidade para 200 pessoas", disse.

Nível baixa e prefeitura reabre comportas do Cais Mauá

MARCO QUINTANA/JC
Após pico de 2,92 metros, volume do Guaíba estava em 2,77 ontem
Após pico de 2,92 metros, volume do Guaíba estava em 2,77 ontem
Com a tendência de queda do nível da água no Guaíba, a prefeitura de Porto Alegre reabriu, no início da manhã de ontem, as comportas do Cais Mauá. As 14 comportas do sistema de contenção contra cheias, construídas em 1972, nunca tinham sido totalmente fechadas. Entretanto, com o nível da água chegando a 2,92 metros, a medida precisou ser tomada. "Nos reunimos com técnicos do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) e da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) e concluímos que, pelo volume da água, era necessário fecharmos a comporta central. Fizemos o certo, pois as águas realmente continuaram a subir. Felizmente, já nas primeiras horas da manhã de hoje (ontem), a água começou a refluir", ressaltou o prefeito José Fortunati. Às 20h03min de ontem, a régua no cais marcava 2,77 metros.
Segundo o prefeito, apesar de algumas infiltrações, as comportas funcionaram bem. "Faz parte do processo. Por exemplo, a comporta naturalmente vai vazar água por baixo e, por isso, colocamos sacos de areia para fazer a impermeabilização. Essa medida já fazia parte do projeto original. De qualquer forma, temos a garantia de que o sistema de prevenção contra enchentes planejado é adequado para proteger Porto Alegre", assegurou. Além das 14 comportas, a Capital conta com 2,4 quilômetros de muro no Cais Mauá, 17 quilômetros de diques e 17 casas de bombas.

Chuva retorna hoje ao Estado, mas sol reaparece na sexta-feira

A trégua na chuva durou apenas um dia. A instabilidade que ingressa hoje no Estado deve mudar o tempo, mas será menos intensa que nos últimos dias. Hoje, a nebulosidade já volta a aumentar na Capital e são esperadas pancadas de chuva com trovoadas durante o dia, quando uma massa de ar mais quente ingressa, elevando as temperaturas. As marcas oscilam entre 15 e 25 graus. Amanhã, o dia continua nublado, com risco de chuva forte. A temperatura varia entre 20 e 25 graus. Na sexta-feira, o sol retorna com o ingresso de uma massa de ar frio e seco. A temperatura oscila entre 13 e 25 graus.
No Estado, o tempo fica nublado com pancadas de chuva em todas as regiões hoje e amanhã. A temperatura entra em elevação, chegando aos 31 graus. Na sexta-feira, a instabilidade se mantém apenas na região Norte.

Smov retoma operação tapa-buracos nas principais ruas e avenidas da Capital

Com a trégua da chuva ontem, equipes da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) realizam o serviço de tapa-buracos nas principais ruas e avenidas da Capital, que ficaram extremamente danificadas. Ao todo, 13 equipes trabalharam em todas as zonas da cidade, priorizando os locais com maior circulação de veículos. Entretanto, o trabalho não deve durar muito, pois a previsão é de que a instabilidade retorne hoje à cidade. As demandas chegam na Smov pelo telefone 156 ou por meio de vistorias realizadas nas principais vias.

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