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LFS Rio Grande do Sul - Como Porto Alegre chega para a votação: relembre o que pautou o debate eleitoral

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Como Porto Alegre chega para a votação: relembre o que pautou o debate eleitoral

Ao comparar com o clima em outras capitais, Porto Alegre apresenta uma campanha menos agressiva, embora ainda repleta de contradições.


Créditos Sul 21/Por Yasmmin Ferreira.


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No Largo Glênio Peres, em frente do Mercado Público, campanhas para diferentes candidatos são feitas por apoiadores | Foto: Isabelle Rieger/Sul21



Com o domingo de votação se aproximando e as campanhas partidárias chegando ao fim, é possível medir de maneira mais aprimorada o clima que as eleições 2024 tiveram em Porto Alegre. Entre o retorno do chapéu de palha de Sebastião Melo (MDB), o popular jingle “eu quero ver em Porto Alegre nossa estrela brilhar” de Maria do Rosário (PT) e a candidatura da neta do Leonel Brizola, Juliana (PDT), este ano, apesar de marcado por “rixas” recorrentes, foi significativamente mais tranquilo quando comparado ao cenário político de São Paulo, por exemplo. 



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Liderando as pesquisas eleitorais, o atual prefeito da Capital se consolidou entre os eleitores promovendo as principais mudanças que ocorreram nos últimos quatro anos no município. Em relação a novas propostas, destacou especialmente intervenções emergenciais de R$ 510 milhões para reformar o sistema de proteção contra enchentes, incluindo melhorias nas casas de bombas e diques, além da criação de um plano de mitigação de desastres climáticos. Ainda, Melo planeja a recuperação de mais de 300 equipamentos públicos afetados pelas enchentes e a limpeza permanente de arroios. 


No campo da infraestrutura, o candidato propõe a duplicação da Avenida Protásio Alves e a destinação da área do Estádio Olímpico, enquanto na saúde, busca ampliar o Hospital de Pronto Socorro e construir o novo Hospital Materno Infantil Presidente Vargas em parceria público-privada. Para a educação, a meta é zerar a fila de crianças para creches. E, na segurança, a aquisição de drones para patrulhamento e um novo concurso para a Guarda Municipal.


Em contrapartida, sua principal adversária, Maria do Rosário, menciona em seu plano de propostas que busca transformar a Capital em uma “cidade esponja” para aproveitar melhor a água da chuva, utilizando bacias de amortecimento, áreas permeáveis e telhados verdes. Ela propõe a instalação de geradores nas casas de bombas, a compra de caminhões hidrojato para a limpeza das redes de drenagem e a criação de uma estrutura pública dedicada a essas ações. Além disso, planeja a remoção de famílias de áreas de risco e a implementação de um sistema de monitoramento para eventos climáticos extremos. 


No que diz respeito ao saneamento, a candidata defende a manutenção do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) como serviço público e a interligação dos sistemas de tratamento de água. Para o transporte, a proposta é adotar a tarifa zero, financiada pela Taxa de Mobilidade Urbana e, em habitação, Maria do Rosário pretende criar moradias temporárias e permitir aluguéis de até 30% da renda familiar utilizando imóveis da Prefeitura. Por fim, na saúde, a proposta é retomar a gestão pública dos hospitais da Restinga e Independência.


Juliana Brizola, que vem crescendo nas pesquisas – saiu de 13% de intenções de votos em agosto para 22,7%, segundo a última pesquisa eleitoral divulgada pela AtlasIntel) –, optou por uma campanha que fosse bem vista por “ambos os lados”, recebendo apoio da direita e da esquerda porto-alegrense. Em seu plano de propostas, se destaca a recuperação e modernização de diques, comportas e estações de bombeamento para proteção contra enchentes, e a compra de geradores e bombas flutuantes.


Além disso, Brizola propõe aumentar a capacidade do sistema com novas estações e criar novos canais para escoamento, bem como recriar o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) e estabelecer um comitê metropolitano de resiliência climática. Na educação, o objetivo é criar 3 mil vagas em creches e expandir as matrículas em escolas de tempo integral, com uma bolsa de R$ 150 para estudantes vulneráveis. Para a segurança, pretende instalar dez novas bases da Guarda Municipal e aumentar o efetivo, além de implementar programas de apoio à mulher.


O quarto colocado nas pesquisas, Felipe Camozzato (NOVO) apresenta um plano que abrange muitas das áreas mencionadas também pelos demais candidatos. Na proteção contra enchentes, principal ponto das campanhas, propõe estudar um novo sistema inspirado em experiências internacionais, realizar obras de drenagem urbana com recursos internacionais e investir em bacias de amortecimento pluvial em parques e áreas verdes. Da mesma forma, Camozzato também pretende modernizar as casas de bombas e intensificar a realocação de famílias em regiões de risco.


Em relação a saneamento, sua proposta é conceder a gestão do Dmae à iniciativa privada para universalizar o saneamento básico. Para melhorar o fluxo de trânsito, ele sugere revisar os corredores de ônibus, avaliar e expandir ciclovias, eliminar semáforos desnecessários e adotar semáforos inteligentes. No recolhimento de resíduos, defende o uso de contêineres para lixo orgânico e permite que empresas participem do processo para geração de energia.


Também participam da disputa os candidatos Fabiana Sanguiné (PSTU), Luciano Schafer (UP), Carlos Alan (PRTB) e Cesar Pontes (PCO).

 



O que pautou o debate eleitoral


Ao longo do calendário de debates eleitorais, os candidatos foram questionados, com grande recorrência, sobre medidas de contenção contra enchentes. Este foi o tema principal de perguntas que, ocasionalmente, foram catalisadoras de discussões. 


Olhando rapidamente para as redes sociais dos candidatos favoritos, Sebastião Melo e Maria do Rosário, é possível entender o tom que cada um promoveu entre seus seguidores. No Instagram de Melo, por exemplo, o post com maior número de curtidas (35mil) é contextualizado em uma crítica à candidata do PT, o que gerou muitos comentários negativos para a mesma. Ainda assim, o candidato afirmou que “o ódio é o pior dos males de uma nação” e que sua campanha seria baseada em amor e alegria. 


Já no perfil da Rosário, o que mais repercutiu foi uma publicação que menciona o presidente Lula, rendendo 16 mil curtidas e comentários positivos de apoiadores da esquerda. Mas, em relação à disputa com o atual prefeito, a candidata frequentemente divulga cards desmentindo e questionando suas falas e ações, com o lema “Melo custa caro” e destaque para a frase “e agora, Melo?”. O mesmo acontece no perfil de Sebastião, que utiliza o bordão “e agora, Maria?”, além de “Melo fez e vai fazer mais”. 


Apesar das provocações, os debates foram, como mencionado anteriormente, relativamente pacíficos. Vez ou outra, houve uma mudança de tom e brigas verbais – mas nada físico ou que envolvesse o lançamento de objetos, como cadeiras. Na conversa promovida pela emissora Bandeirantes, Rosário e Juliana alfinetaram o candidato Melo com perguntas referentes à enchente de maio. Isso se repetiu novamente no debate da TV Pampa, onde a candidata do PT criticou a atual gestão e foi rebatida pelo prefeito, que mencionou seus esforços durante o período.


No encontro da Rádio Gaúcha, estiveram presentes os quatro principais candidatos a eleição. O clima foi mais tranquilo que em outros momentos e, com tempo de sobra para abordar suas propostas, as ideias puderam ser desenvolvidas. Em recente debate, e provavelmente o mais aguardado, promovido pela rede RBS, novamente Juliana e Rosário criaram provocações em questionamentos para o atual prefeito. 


Com grande repercussão, o episódio rendeu até ação judicial por parte de Felipe Camozzato, que não foi convidado para participar do debate. Mas, apesar da tentativa, a liminar foi negada.


Ainda no âmbito judicial, Melo teve envolvimento com duas ações. Uma era relacionada a suspensão da divulgação da pesquisa AtlasIntel, indeferida na quarta (2), como mostrado pelo Sul21. A outra, mencionada inclusive em sua propaganda eleitoral, solicitava a remoção de um dos comerciais de Maria do Rosário, que, segundo o candidato, o difamava – a mesma foi aceita e a candidata do PT precisou remover do ar a locução em questão.


O prefeito também se envolveu em duas acusações contra a imprensa independente de Porto Alegre. Em diferentes momentos, afirmou que o Sul21 e a Matinal eram “patrocinados pelo PT” e espalhavam “inverdades” sobre sua gestão. Ambos os veículos se defenderam, respondendo aos comentários por meio de suas redes sociais. 


Com grandes oscilações nas pesquisas de intenção de votos, qualquer previsão é arriscada. Entre tantas mudanças, o cenário eleitoral segue indefinido e só será conhecido após a contagem. O Sul21, que já realizou uma extensa cobertura das eleições, estará presente nos principais comitês de campanha no domingo (6) de votação. 



Créditos Sul 21

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