Por Antônio Escosteguy Castro
A semana havia sido terrível, com algumas declarações infelizes , como a do Banrisul “ sem escrúpulos” e outras catastróficas, como o Secretário de Segurança culpando as mães que trabalham fora de casa pelo incremento das criminalidade.
Era de se esperar alguma reação e esta viria, como sempre , através da imprensa oficiosa. As páginas da Zero Hora são o palco político preferido do Governo do Rio Grande. Toda iniciativa começa por ali. Não deu outra. Passou o feriado e manchete de capa.
O Piratini vai pedir ao Banco Mundial uma Consultoria para mudar o marco regulatório das Parcerias Público-Privadas (PPPs) para depois lançá-las. Cruzes! A intenção da intenção da intenção. E vira manchete de capa!
Já não é muito seguro escorar um projeto de desenvolvimento para o estado em PPPs, mormente quando estamos num momento econômico recessivo. O empresariado não tem sido generoso em investimentos e investir junto com o estado requer ainda mais cautelas. A chance de que um número expressivo de PPPs viessem a amadurecer no Rio Grande nos próximos anos já era pequena . Como ficará quando agora foi anunciado que vai ser contratada uma consultoria para mudar o marco regulatório e só então lançar os projetos? Alguém lembrou da expressão “ ficar para as calendas gregas”?
No campo da paranoia política pode-se até ler nas entrelinhas das declarações do governo a defesa de alguns movimentos muito polêmicos, como dar para a iniciativa privada o filé do saneamento (o tratamento de esgotos) ou da energia (a geração de eletricidade). Mas mesmo isto fica apenas subentendido. Ninguém tem a coragem de propor em voz alta , ainda que para o debate.
Já não é mais socialmente suportável a inação e a paralisia do Governo do Rio Grande. Sartori parece ter abdicado de toda vocação de liderar o estado. Tem se dedicado integralmente a achar um culpado para a crise que não é capaz de enfrentar. Primeiro tentou culpar Tarso Genro. Não deu certo. Agora quer culpar o Governo Dilma, se não lhe forem alcançados os valores necessários para que consiga pagar a folha em dia. Se toda a energia despendida nestes movimentos e na fracassada Caravana da Transparência fosse destinada a apresentar projetos para o estado certamente algum já teria surgido.
O Governo do Estado tem a obrigação de pelo menos apresentar um projeto para o desenvolvimento do estado num complicado momento econômico conjuntural e no bojo de uma crise financeira histórica. Não pode se limitar a gerenciar a folha de pagamento. Já passou o tempo de avaliar a situação, tomar o pé da dívida e outros que-tais.
Santa Paciência, Sartori. Comece a governar.
Antônio Escosteguy Castro é advogado.
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