Foto: Divulgação
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A perfuração dos poços artesianos no estado já beneficiou mais de 3 mil famílias em 35 municípios, com um investimento aproximado de R$ 2.700.000,00. Até julho desse ano já foram perfurados 68 novos poços, com profundidade de até 300 metros, dos quais 73,5% foram produtivos, ou seja, se revelaram capazes de produzir água. "O restante dos poços não puderam ser utilizados por apresentarem pouca vazão, água de má qualidade ou até mesmo a presença de elementos químicos que impossibilitam o aproveitamento da água por gerar risco a saúde das pessoas", afirma Carlos Alberto Vigne, diretor do Departamento de Saneamento da Secretaria de Obras, Saneamento e Habitação (SOPH), ao qual o programa é vinculado.
O Programa de Perfuração de Poços (PAP) foi criado há 34 anos, diante da falta de água potável ou insuficiência para abastecer comunidades do interior do Rio Grande do Sul e garantir que as comunidades rurais tenham distribuição desse bem essencial à vida. O programa sobrevive por meio de um convênio firmado entre a Secretaria de Obras e a Corsan, que dá todo o suporte e executa a perfuração dos poços. Três equipes de trabalho com cinco caminhões cada, com sedes em Porto Alegre, Garibaldi e Três Passos, são as responsáveis por atender as demandas das regiões próximas, fazer a coleta e a análise de qualidade da água para avaliar se ela é própria para o consumo humano ou não. "A solicitação para a perfuração dos poços vem dos prefeitos, mediante acordo operac ional entre o Estado e os municípios, que se responsabilizam pelo custo do revestimento do poço e o óleo diesel utilizado para a perfuração", garante Vigne.
Os poços artesianos passam por uma severa análise de qualidade da água, feita em laboratórios da Corsan. Após o resultado, são enviados laudos para as prefeituras, informando se o poço está liberado para uso ou não, conforme os resultados apresentados. Após a liberação do poço para consumo, a distribuição da água é de responsabilidade dos municípios, assim como, a construção das redes que ligam o poço artesiano até as residências beneficiadas.
Estudos
Estudos especializados são efetuados para aumentar as probabilidades de perfurar locais que tenham água. A secretaria possui um mapa completo do estado com fotografias aéreas e conta com equipamento de geofísica que auxilia na prospecção de água subterrânea, de acordo com a frequência das ondas que são emitidas. "Isso nos dá um indício e os locais mais favoráveis para se perfurar os poços. Fizemos estudos prévios tentando diminuir o risco, mas nada disso é 100%", assegura Tovar Dallegrave, geólogo responsável pelas equipes do PAP.
Algumas comunidades recorrem à secretaria quando poços que estavam em funcionamento começam a apresentar defeitos. Antes de condenar e perfurar um novo poço, as equipes sempre tentam consertar o existente, aumentando a profundidade para dar mais vazão de água, por exemplo. "Com o passar dos anos fomos adquirindo experiência e hoje o trabalho se torna mais fácil. A ideia é que os percentuais de poços perfurados sejam sempre produtivos, mas temos alguns empecilhos em virtude de alguns solos não muito favoráveis aqui do Rio Grande do Sul", afirma.
Fiscalização
Todos os novos poços precisam de uma licença de perfuração que é emitida pelo Departamento de Recursos Hídricos (DRH), da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), responsável pela fiscalização e controle da água em todo o território estadual. "O estudo é feito, escolhe-se o ponto para perfurar e encaminha-se a solicitação. Depois, é esperar pela autorização, ou não, que é emitida pelo órgão", explica Dallegrave.
Texto: Cassiane Osório
Edição: Léa Aragón/CCom
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