SEGURANÇA
Deputado Nelsinho visita delegacias e constata o caos no sistema
Roger da Rosa - MTE 6956 | PT - 17:04-24/08/2016
Roger da Rosa - MTE 6956 | PT - 17:04-24/08/2016
Duas delegacias da Grande Porto Alegre, uma em Novo Hamburgo e outra em São Leopoldo, foram visitadas pelo deputado estadual e presidente da Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, Nelsinho Metalúrgico (PT). Denúncias sobre superlotação e falta de condições para atender tantos presos levaram o parlamentar a constatar a realidade dos estabelecimentos, na tarde de terça-feira (22). Nas delegacias, as reclamações dos próprios delegados e outros servidores têm ultrapassado os limites da tolerância, devido a falta de funcionários, de recursos e condições para abrigar presos por tanto tempo.
Na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Novo Hamburgo, o delegado Tarcísio Kaltbach, que está há um ano naquele posto, relatou que chegou a manter 23 presos em três celas. “É um trabalho que não temos condições de fazer. É uma cela de passagem, não tem como oferecer alimentação, banho e dormitório. A delegacia não é lugar para preso”, reclamou. Além de dar a atenção aos presidiários, “pois são seres humanos”, o delegado Kaltbach disse que acabam exercendo uma função que é da Susepe (Superintendência de Serviços Penitenciários), quando surgem vagas em outros municípios e há que se fazer o transporte dos presos. “Todo o deslocamento é por nossa conta, com viaturas inadequadas e com poucos agentes.”
Em Novo Hamburgo, o deputado Nelsinho esteve acompanhado do presidente dos policiais civis - UGEIRM-Sindicato, Isaac Ortiz. O sindicalista alerta que, a qualquer momento, poderá ocorrer uma tragédia, devido à superlotação. “Se o presídio não recebe presos é porque não tem estrutura; a delegacia tem menos ainda”, adverte.
Central de TCUma alternativa sugerida ao deputado Nelsinho pelo delegado em Novo Hamburgo foi colocar em funcionamento a Central de Termo Circunstanciado, uma forma de agilizar o atendimento nas delegacias. Porém, “há um ano o setor está pronto para atender, mas falta pessoal”. De acordo com o delegado, se tivesse pessoal para operar na Central, em 15 dias os processos registrados nas delegacias iriam para o Fórum. Mesmo com todas as dificuldades, o delegado relatou que, “hoje, fizemos muito com poucos recursos e agentes e sem dar despesas ao Estado”.
Novo HamburgoA situação caótica na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) já não é mais a mesma da semana passada, quando o estabelecimento chegou a ter as celas interditadas pelo delegado Clóvis Loureiro. Em três dias, foi necessária “uma vaquinha entre os servidores – nada de recursos do Estado – e resolvemos em tese os principais problemas estruturais, como iluminação, pintura e reforma nos banheiros”, contou o delegado. Enquanto as reformas eram feitas, os mais de 20 presos que se acumulavam em quatro celas, há mais de cinco dias, tiveram que ser transferidos para outras delegacias, inclusive a de Novo Hamburgo.
De acordo com o delegado Loureiro, “não havia mais condições de suportar as más condições na delegacia. “Não interditei um serviço do Estado, mas apenas as celas. Foi por desespero de causa. Arrumamos o que estava estragado, sem ônus para o Estado”.
Ao finalizar as visitas, o deputado Nelsinho afirmou que vai encaminhar as observações que colheu a outros órgãos do Estado, como o Ministério Público Estadual, a fim de que providências sejam tomadas com mais urgência. “Isso evidencia a falta de política de Segurança Pública, bem como de falta de planejamento prisional”, lembrou ao afirmar que existe um presídio pronto em Canoas para diminuir o caos no setor. Nesta terça-feira (23), o parlamentar faria pronunciamento na tribuna, durante a sessão plenária, que acabou sendo suspensa, em função do falecimento do ex-deputado Pedro Américo Leal.
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